Eu nunca fui de Vista Alegre, nem
Atlantis, nem nada que fosse de decoração do género. Não é o meu estilo,
pronto. Afinal, há anos que ando de casa às costas, sem pouso fixo, e não
antevejo que a situação mude nos próximos anos. Por isso, desde muito nova, que
sempre recusei (e continuo a recusar) tudo o que seja prendas para casa e afins (que
não tenham utilidade quotidiana).
Mas o casamento desperta,
naturalmente, nos convidados a vontade de comprar coisas para a casa (mesmo a
casa ou o estilo de vida tradicional que não se tem). O que eu não sabia. Como nem eu, nem o noivo
(muito menos ele) gostamos de artigos de decoração de cerâmica (por ele,usava
só pratos e copos de plástico colorido e resistente), nem equacionámos essa
opção. Quando a minha mãe me perguntou se eu não queria fazer uma lista, eu
disse imediatamente que não, porque foi sempre a minha reacção a esse tipo de objectos,
mas, no final, ela tinha razão.
Decidimo-nos, então, por algo diferente. Como
a nossa vida é nómada, optámos por algo alternativo e abrimos uma lista numa
agência de viagens para que, quem quisesse, pudesse contribuir para a lua de
mel. A opção mais divertida, acessível e que mais combina connosco. A verdade é
que, além das pessoas mais jovens e com uma mentalidade diferente (mais
parecidos connosco), poucos foram os que alinharam. E arrisco a dizer que, em
Portugal, talvez essas alternativas não resultem de todo.
A verdade é que acabámos, mesmo
assim, por ter algumas coisas para a casa, algumas que vamos usar por serem
extremamente práticas e/ou pequenas (ou que foram pedidas directamente, como um
leitor de Blu-ray 3D) e outras que vão ficar na cave da minha mãe durante anos
e anos. É pena? É pois. É verdade que
muitos pais têm armários cheios de coisas que os filhos, que casaram há anos e
anos, nunca quiseram? É pois. A verdade é que isso acontece, mesmo que tentemos
encontrar alternativas.
Por isso, e depois de todos estes
testemunhos caóticos, digo-vos: Façam listas. Nem que seja de coisas que querem
menos, mas façam. Coloquem uma ou outra opção para as pessoas serem
direccionadas na hora de comprar e tentarem evitar os armários com coisas que
não se adaptam ao que vocês são. Escolham artigos de diferentes preços que vos
dêem jeito, vos sejam úteis e dos quais gostem, obviamente. Para que as pessoas
possam escolher livremente dentro das opções que lhes dão. Todos ficarão mais
felizes; vocês porque recebem prendas que quiseram, os convidados porque sabem
que a prenda deles será bem recebida por vocês (porque acredito que ninguém
gosta de oferecer coisas que nunca serão usadas ou apreciadas).
No meu caso, felizmente, isso não
aconteceu com muitas coisas, e já passou. A cave da minha mãe não ficou assim
tão mais cheia e, como nos meus aniversários, as pessoas próximas sabem que eu
não sou do estilo de gostar de cerâmicas, porcelanas e afins, normalmente não
me oferecem esse tipo de artigos.
Claro que são questões
extremamente subjectivas, dependem dos gostos e vontades de cada casal, mas
achei que seria bom partilhar convosco a minha experiência. Pode ser que alguém
pense como nós e tenha convidados semelhantes. Não queremos ninguém pego de
surpresa (porque até pode correr bem, como foi o caso das prendas de alguns amigos nossos, que acertaram, ou não). :)
Eu nunca achei piada a listas (pedir o que quero? naaa), além de viver ha anos com o namorado e ter tudo em casa...não houve lista. Resultado...12 jarras de cristal atlantis e mais umas quantas outras peças atlantis e vista alegre que nunca vao sair das caixas. :((((
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