Diz-se que o vestido de noiva nos escolhe; que, tal-qual
alma gémea, existe um para cada uma de nós e, quando o vestimos, saberemos que
é esse, mais nenhum. Quando o encontramos à primeira, é uma sorte; quando
balançamos entre vários é porque, provavelmente, ainda não encontrámos o tal. Se, por um lado, podemos ser as pessoas mais indecisas do mundo, por outro, talvez
ainda não tenhamos encontrado a loja ideal, cujo estilo se identifica connosco.
Eu encontrei a minha por acaso e ainda bem que o fiz.
A escolha do meu vestido de noiva foi extremamente fácil,
embora tenha ido, mais por descargo de consciência (do comité de busca de
vestido do que propriamente da minha), a várias lojas e experimentado modelos
com os mais variados cortes. Passei
horas nos provadores e entrei em alguns vestidos a pedidos do comité que me
apagavam completamente. Este meu metro e meio de sexyness não fica bem com
qualquer coisa. E eu sempre o soube.
De qualquer forma, voltando ao início, mesmo antes de
começar a ver lojas, fui escolhendo alguns vestidos na internet que achava
bonitos. A tarefa mostrou-se proveitosa apenas por um motivo: descobri a loja
onde encontrei o meu vestido e que vos trago aqui (em boa hora, que este post
já vai longo e eu sem chegar a ela), a Noiv'art. O vestido favorito pela net, esse, convenhamos, foi excluído no primeiro apertar dos fechos e nunca mais foi
pensado. Ficava-me terrível.
Como era em Coimbra decidi lá ir, apenas com a minha mãe, porque
experiências outras ensinaram-me que, antes de se levar a comitiva, se deve ir
apenas com uma pessoa na qual se confia imenso e que é sincera na hora de ver o
que nos fica melhor. Sendo a minha mãe a minha maior crítica e, apesar de
termos gostos diferentes, me conhece melhor, aí fomos nós, antes de um lanchinho
no Moinho Velho (melhor padaria/pastelaria de Coimbra, hands down.), mesmo em
frente.
A dona da loja, Anabela (sempre a tratei por Ângela), extremamente
simpática e com um olho bestial para nos analisar e ver o que nos assenta que
nem uma luva, conduziu-nos pelo processo com uma mestria única. Deu-me, em
primeiro lugar, o vestido que tinha visto pela net, e com o qual parecia um
monte de chantilly (literalmente, o modelo ficava bem a metro e setentas para
cima, não a mim), e depois seguiu para os que eu tinha posto olho na loja. O
segundo, com uma gola imperial, inspiração nas vilãs de banda desenhada (pelo
menos para mim), liso, simples, todo em seda e com um laço em origami, tinha
sido feito para mim. Tanto que mais nenhum me chamou a atenção ou se sobrepôs.
A qualidade do tecido, o corte perfeito, as linhas originais e o tom de uma
seda natural eram incomparáveis a outros, de outras lojas. De outros preços
também, mas, pelo que vi, estes estão na média dos bons vestidos de noiva. Vi-os a metade do preço, com tecidos
sintéticos e toque diferente, mas também os vi pelo dobro, sem me encherem as
medidas.
Quando lá voltei com a comitiva da noiva (madrinhas, mãe e
avó), apesar de não ser consensual (entre elas) que aquele seria o vestido mais
bonito que experimentei (que foram vários), foi unânime que era, efectivamente, o tal, o
meu vestido. Um Jesus Peiro lindo. Os meus olhos brilhavam quando estava dentro
dele e, quem me conhecia bem, sabia à partida que não vestiria nada diferente.
Aliás, no dia do casamento, houve pessoas (de uma sinceridade e honestidade que
eu prezo) que me disseram que, de facto, quando pensavam em mim como noiva era
assim que me viam, nunca de outra forma. Como dizia a minha madrinha a quem lhe
perguntava como era, antes do casamento, com "o vestido que a Branca de Neve
escolheria, se se casasse" (Eu sempre pensei mais na Regina/ Rainha má,
mas ambas as definições se adequam).
Não comprei o véu nesse dia, porque não havia algum que me
agradasse. Eu queria um toque ibérico, com uma renda elegante à volta, e um
toque de tule de seda, suave, leve, que mais nenhum tule tem. Depois de palmilhar
lojas à procura do ideal passámos, outra vez antes ou depois de um lanche no Moinho
Velho, pela Noiv'art, na esperança de que algo novo tivesse chegado. A Ângela
mostrou-nos um Rosa Clará exactamente como tinha imaginado. O tempo de
indecisão foi pouco e saí de lá toda contente; tinha o vestido e o véu
perfeitos.
Tudo graças à elegância, originalidade e qualidade dos
vestidos da Noiv'art, e ao
savoir-faire da Anabela, sem os quais não teria encontrado este imediatamente e teria
virado meio mundo até ser meu. E logo ali, em frente à minha padaria do
costume, criadora dos meus bolos de aniversário desde que me lembro, do meu
bolo de noivos, e de pães e docinhos que me lembram a minha casa. Na Rua Eng.
Jorge Anjinho Lote 13, Loja 1, em Coimbra.
Descubram as colecções fantásticas de vestidos de noiva e de
festa
no site da loja, mas, se estiverem à procura de algo, não se esqueçam, nem deixem, de
passar por lá. Nada como sentir os vestidos no corpo, olharmo-nos nos espelhos
à nossa volta, para vermos se encontrámos, ou não, o tal. Boa sorte! :)
Duas fotos, para verem o meu vestido e véu:
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foto: Carlos Portugal photography |
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Com o termómetro nos 40 graus, muito se bebeu no dia. :) |