UA-40840920-1

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Guerlain | Joli Teint

Reza a história, a contada pelos criadores desta nova fórmula, que, ainda sem nome, várias funcionárias da Guerlain foram convidadas a testar e a opinar sobre a novidade, uma base, leve, com efeito ensolarado. Com o cheirinho típico da gama Terracotta, o produto prometia uma pele mais luminosa e bonita, para acompanhar a transição de uma pele cinzenta, do Inverno, para o bronzeado (bonito e sempre com protector), do Verão. No final, sem sugestões concretas de nomes, o que a amostra em teste mais gostava era do joli teint/ tom bonito com que o produto deixava a pele. E, dos elogios tecidos, surgiu o nome daquela que seria uma das grandes novidades da famosa linha estival da Guerlain, que completa este ano 30 anos, anunciando o fim do frio e o regresso aos dias de Sol (Ferreros acabam, Terracotta regressa, acho que até fico a ganhar nesta troca). 


Passemos ao produto em si, que é, afinal, o que suscita mais curiosidade. O Joli Teint existe em cinco tons, do mais claro, o Light, ao mais escuro, o Ebony. Eu, que sou no Inverno um NC20 da MAC (para o caso de conseguirem entender a referência), mas que com dois dias de sol passo rapidamente para o NC25, comprei o Natural, que é o que melhor serve de transição, sabendo de antemão que viria para o Rio e que, aqui, o Light tornar-se-ia, rapidamente, demasiado claro. Qualquer um dos tons desta fórmula é mais quente e escuro do que outras bases da marca, nomeadamente a Parure ou a Lingerie de Peau, que são as que conheço melhor. Quem não gosta deste toque "bronzeado", de um ou dois dias de Sol, vai detestar este produto. Se forem realmente muito brancas ou tiverem um subtom mais frio, não sei até que ponto vos assentará bem, mas não custa nada pedir uma amostra e ver, ao vivo, em vocês, o efeito que dá. 

O cheirinho, com toque de flor de tiaré, é o típico da Terracotta, adorado por muitos (incluindo a minha pessoa) e detestado por tantos outros, que o acham "antigo", forte, "de velha" (como eu abomino esta expressão e argumento), etc. Na realidade, é algo que marca os produtos Terracotta e ou se gosta, ou não, dado que não é nem suave, nem desaparece num instante. No fim do dia, ainda consigo sentir o aroma, bastante agradável, para mim, seja neste Joli Teint, quanto dos protectores, e até no exfoliante, que estou agora a testar (embora em menor intensidade). 


Postas as impressões iniciais, partamos para a observação atenta da textura e considerações ao longo de um dia de uso (num clima mais seco e outro mais húmido, que demorei a escrever este post para ter a certeza de como se portaria com humidade no ar). De cobertura ligeira, mas eficaz a camuflar vermelhidões e pequenas imperfeições (que são os meus maiores problemas), o Joli Teint quase que se funde com a pele, deixando-a respirar, o que é importantíssimo nos dias mais quentes, sem pesar e sem acumular. Embora a duração do produto, sem desvanecer, tenha sido superior em França, onde aguentou, sem pó, durante um dia inteiro de passeio (umas sete, oito horas), no Brasil acompanho-o sempre com o bronzer 4 Seasons (o meu é o 01 Blondes, dos primeiros que saíram, e é mate), para se portar com a mesma dignidade e perseverança. Sozinho, começa a cansar-se da função com umas cinco horas, quando a humidade é mais intensa, precisando de um pó matificante ou um blotting paper por cima. 

Tem tendência para escurecer em contacto com a pele, passada uma meia hora, ficando assim o dia inteiro. A luminosidade também difere; parecendo mate assim que se aplica, vai ganhando luz com o dia, ficando com um ar aveludado e radiante (nunca mais do que isto, nunca brilhante como se os poros se estivessem a revoltar). Aconselhar-vos-ia, por isso, como eu fiz, de testar o produto primeiro numa loja, sair com ele à rua, passear e só comprar se assentar realmente ao vosso tom de pele (do rosto e do pescoço, não se esqueçam).  

Como tem protecção solar, não será, provavelmente, a melhor hipótese para momentos especiais, onde haja muitos flashes fotográficos à volta. Não vou testar, confesso, mas não arriscaria a ficar com alguma parte do rosto branca, especialmente nas fotos nocturnas. Por esquecimento, não removi com desmaquilhante um produto com SPF 50, para a minha despedida de solteira, e pareço um fantasma em todas as fotos. 


Por último, mas não o menos importante que os meus olhos também "comem"  muito, a embalagem é perfeita para viagens, não fosse este um produto para o Verão. Um produto de qualidade, uma base com alguma cobertura que oferece protecção, numa bisnaga (amiga do viajante), com um doseador para retirar o produto, permitindo um uso mais limpo (eu sou terrível com aberturas grandes, deixo tudo completamente sujo) e adequado e sem deixar o produto oxidar. Com um toque macio de um plástico baço, um grande sol dourado e o monograma da Guerlain marcado na tampa, do castanho brilhante comum da linha Terracotta, alia a praticidade das férias, com a elegância de uma das casas de cosméticos, para mim, com mais glamour.

As melhores lojas, ao nível de preço, para comprar Guerlain em Portugal são, para mim, a Balvera e a Perfumes & Companhia, em épocas de promoções. Contudo, se nenhuma for acessível, podem sempre encontrar o Joli Teint na Feelunique, com envio internacional grátis, por 44,85 € /ca R$138. Não é barato, mas é, de facto bom e bonito.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Amores de Verão # 1

Já partilhei mais do que uma vez aqui pela Salinha que, na mesma medida em que a maquilhagem da Primavera não me costuma entusiasmar muito, a de Verão arrebata-me sempre. Desde logo, os pós Terracotta da Guerlain que saem a cada ano são absolutamente fantásticos (de bonitos e bons), depois, sem grande esforço, há sempre um ou outro artigo, de variadíssimas marcas (para mal dos meus pecados), que me atraem. E o meu coração é grande. Muito grande.

Decidi mostrar-vos, assim numa escolha rápida e sem ponderar muito, alguns dos produtos que iriam para uma lista de desejos imediata (e vão para uma lista, mas para a utópica, apenas). Por mim experimentaria tudo, especialmente aqui, nesta terra mais quente, de bronzeado, mar azul transparente e muita fruta colorida.


1. Chanel Les Beiges Healthy Glow Powder, para uma luz natural, com blush, iluminador e bronzer (porque tenho de um dia matar esta minha teima com os Les Beiges, com os quais fiquei decepcionada quando uma conselheira da marca disse que não havia o meu tom. Refeito o susto e esclarecida a questão -- a ignorância da senhora, nomeadamente -- quero um dia destes comprar um pó destes, nesta versão e/ou do pó original)

2. MAC Colecção Maleficent  (gosto de produtos de edições limitadas, especialmente quando tocam o meu lado mais afectuoso. Desde sempre que sempre gostei muito das vilãs da Disney -- sempre pouco compreendidas pela sociedade -- e, pelo trailer, quero algo que marque uma das melhores caracterizações da Angelina Jolie, que está esteticamente bestial -- que não posso comentar a prestação -- como a vilã do Maleficent)

3. Guerlain Terracotta Sun Celebration (não preciso de dizer muito, vejamos esta equação simples: Guerlain + Sol -- o meu símbolo desde a pré-primária -- + duo bronzer/blush + edição limitada + comemoração dos trinta anos da linha -- a minha idade -- + a minha vontade de o ter = amor à primeira vista! E já agora podia também vir o perfume Terracotta que também lhe daria conveniente carinho.)

4. Guerlain Rouge G Rose Grenat (no Verão, adoro lábios divertidos com quase nada na pele e nos olhos. Este tom parece-me maravilhoso para esse fim. Vir numa embalagem requintada de edição limitada é "só" mais um bónus de peso.)  

5. Yves Saint Laurent Finishing Veil (agora, que estou a dar cada vez mais importância a pós de acabamento e produtos que dão aquele toque final para um aspecto natural e duradouro, eis um "véu" que me deixou muitíssimo curiosa. Mais pela novidade, na marca, fica aqui na lista de desejos utópicos.)

6. Clarins Colour of Brazil paleta de olhos  (não imaginam o que me chateia as marcas inspirarem -se precisamente no país onde estou e eu não ter acesso, aqui, às colecções. As que chegam são, na maior parte dos casos, a um assombro de preço. Mas enfim. Gosto das cores desta paleta e o azul intriga-me imenso. Gostaria de poder dizer que estrearia, com ela, no Brasil, a minha relação com as sombras da Clarins, mas, pelos vistos, dificilmente será desta. Se a virem por aí por Portugal -- já deve ter chegado, ou deve estar a chegar às P&C ou às Balveras do país -- digam-me lá de vossa justiça, o que acharam delas, por favor. Obrigadinhas!)

7. Tom Ford paleta olhos e rosto (ora aqui está uma paleta que eu acolheria de braços abertos e colocaria num lugar cativo, e de destaque, na colecção. Paremos uns segundos a observar a elegância da embalagem, o design retro-chic e a beleza das cores. Isto, senhoras e senhores, é uma paleta a amar. Não tenho, infelizmente, nada da marca, mas já pus os dedos nas sombras em algumas paletas, no Printemps Haussman, Paris, e ouvi maravilhas, da A. do Coisas & Cenas -- há que acreditar, há que acreditar --, portanto, fosse possível, era minha com toda a confiança.)

8. Yves Saint Laurent Babydoll Kiss & Blush (tenho um fascínio pelos produtos que dão para mais do que um fim, especialmente pela praticidade em épocas de viagens curtas, que têm sido frequentes. Já adoro os Glossy Stains, da YSL, portanto traria toda contente para casa uma destas novidades, sem pestanejar, mesmo sendo numa textura, em mousse, completamente diferente. Difícil seria escolher apenas uma das 12 cores disponíveis.) 

9. Bobbi Brown Raw Sugar verniz/esmalte (porque adorei o tom, para o Verão ou qualquer altura do ano, e gostaria de experimentar a marca. Apenas isso, sem grandes mistérios ou histórias por detrás.)

10. Sephora 10 Shades of Samba Set de Eyeliners (vejamos; eyeliners à prova de água bem recomendados pela Christine do Temptalia, com cores giríssimas, um nome que me diz muito -- gosto de sambar, mal ou bem, o que for, desde que comecei a mexer os pés e abanar o rabiosque -- e com uma boa relação preço/qualidade, tornam muito aliciante a compra deste kit. Não sei quando chegará -- nem se já chegou -- à Europa, mas já está na Sephora dos Estados Unidos, por $40 -- $4 por lápis! -- caso façam uma viagem até lá.)

11. Chanel Tutti Frutti verniz/esmalte (mais uma vez, porque acho o tom divertido e ainda não experimentei os vernizes da marca -- há coisas incríveis, não há?!.)

12. Make Up Forever Aquamatic Iridescent Lime Green (depois da decepção com a paleta Tango -- que me chegou duas vezes seca às mãos -- queria dar mais uma hipótese à linha aquamatic para me surpreender. Este lima, por mais flashy que pareça, ficaria fantástico com uma pele bronzeada. Sozinho, dá o brilho e a diversão estival que, para, mim, deve estar presente na maquilhagem desta altura. Os tons frios ficam para o frio, ou para dias mais sóbrios, os vibrantes saem da bolsa de maquilhagem. )

Ai, ai... Se a minha bolsa não tivesse fundo, e um duende fazedor de notinhas lá vivesse feliz e contente (porque não somos adeptos do trabalho forçado, por estes lados)... Voltemos à realidade. O Sol alegra-me, talvez por isso adore os tons vivos, quentes, brilhantes, exuberantes, de algumas colecções. Daqui a um mês, provavelmente escolheria mais uns quantos produtos para desejar ardentemente, outros, no mundo ideal, já estariam a caminho. (Realidade, Margarida, disseste realidade!)

Para quem gosta de ver as fotos das novidades, tenho compilado todas as colecções que vou vendo por aí num separador no Pinterest da Salinha. Dêem por lá uma vista de olhos e digam lá, de vossa justiça, o que viria morar convosco das colecções de Verão 2014? 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Produtos acabados e Impressões-Flash # 3


Termino esta minha leva (por agora) de produtos acabados com os três que ficaram pelos Estados Unidos. Dois porque tinham acabado, um porque nem valia a pena trazê-lo comigo no regresso, com malas cheias e o espectro (constante das nossas viagens) do excesso de peso. 

Phytojoba Champô para cabelos secos e PhytoBaume Condicionador Hidratante - Junto os dois produtos da Phyto num parágrafo só e perdoem-me a insistência, que já falei sobre outros, da marca, e mantenho a minha opinião, mas a Phyto não me convenceu. Nem um pouco. Este duo veio num kit de viagem que comprei na Citypharma, numa primeira ida frenética até àquela que é "a" farmácia francesa a visitar, e que julguei ser muito útil para levar para Nova Iorque. Com um clima ainda mais seco do que o francês, naquela altura do ano, daria, portanto, ao meu cabelo (na altura ainda longo), a hidratação que ele precisava. Mas fosse o mundo como ele é na minha cabeça, no meu raciocínio lógico ao interpretar rótulos e promessas (seja de produtos ou pessoas) e a coisa até teria corrido bem. A realidade é que, apesar de o champô até ter servido convenientemente, apenas com o pequeno senão, que já notei no outro, de parecer que vem muito pouco produto em cada frasco (ou que se gasta demasiado rápido, vá-se lá perceber), o condicionador não me satisfez minimamente. Servirá para uma hidratação suave de um cabelo normal, mas acredito que não para um cabelo seco a precisar realmente de algo mais. Não cumpre (ou não cumpriu, que o meu cabelo pode ser mais picuinhas) a sua função para pontas secas, de forma alguma. Perdoe-me a Phyto, da qual sei que há pessoas que gostam muito, mas, com quatro tiros na água, parece-me que não irei arriscar a comprar mais nenhum produto, para continuar a decepcionar-me. Não sou mulher de desistências, e acredito em novas tentativas quando a promessa de mudança é sincera, mas, assim, não me parece. 

Eucerin Volume-Filler Creme hidratante pele seca -  Mais uma vez, não é com uma amostra que posso tecer um comentário profundo e longamente fundamentado sobre um produto deste género. Repito que a minha pele deve ser mais lenta do que outras na resposta concreta a determinados produtos, que eu tenho dificuldade em avaliar todas as características com pouco tempo de relação. Sou menina de coisas mais sérias, compromissos mais longos, especialmente quando as promessas são muitas e apenas comprováveis com o tempo. No entanto, o Eucerin foi como SOS caso a minha pele, mista, mas que já secava em França, reagisse ao clima de forma ainda mais agressiva, como acontecerá com amigas. E agradeci sincera e ardentemente a existência desta amostra (de onde quer que tenha vindo... terá sido da Citypharma? hmmm), que usei como creme de dia, durante uns cinco dias e que foi a minha salvação. A minha pele, que não aguentou a recepção gélida de Nova Iorque, viu-se mais macia, radiante (tanto quanto seria possível depois da secura), e elástica. Aquela sensação desagradável de pele a repuxar atenuou e senti-a, de facto, mais resistente ao vento seco do dia. Infelizmente, a amostra não aguentou todos os dias que por lá ficámos (o que comprovou a sua eficácia, comparando com o estado da pele na sua ausência), mas um óleo de maracujá da Tarte e Tinted Moisturizers da Laura Mercier por cima de um hidratante menos potente ajudaram a que os últimos dias não fossem tão tenebrosos para a minha cútis. Claro que, em tão poucas utilizações, foi impossível avaliar as características anti-idade do produto. Acredito que a Eucerin seja uma marca fácil de encontrar, tanto em Portugal, onde encontrei o Volume Filler a 29,95 €, como no Brasil. A Cocooncenter (obrigada pela lembrança, A.) vende-o a 24,95€, com portes gratuitos para Portugal a partir de 99 € em compras, e com envio para o Brasil (interessante se se juntar um grupo de amigar e dividir os 32€ de envio). Se souberem outros lugares onde comprar produtos da marca a preços fantásticos, partilhem por favor connosco nos comentários. Obrigada. 

Rápido e directo, lá foi o meu último post (nos próximos tempos), sobre produtos acabados. Talvez daqui a uns dois meses já tenha algo  para vos mostrar, mas entretanto seguem-se provas e testes num clima totalmente diferente daquilo ao que estou habituada. Assim que tiver uma opinião consolidada, mostro-vos algumas das minhas salvações contra a humidade. 

Devaneios | Carta à Solidão *


Ainda ontem te vi passar no olhar da senhora que todas as quartas traz o pão quente, caseiro, que vende porta a porta para aconchegar a parca reforma de uma vida de mulher, dependente do marido. Não estava de preto, não tinha lenço à cabeça, mas a tua presença nos olhos cinzentos, mais baços do que vidro no Inverno, afastava qualquer comentário ou dúvida sobre a dor daquele ser franzino. Movia-se lentamente, como um filme antigo em slow motion, arrastando com ela o teu peso naquela existência, escurecida pelo dia em que te encontrou, escondida numa esquina perdida na cidade, inesperada. Antes de ti, a vida era fácil, e calma. Vivia preenchida entre as refeições que preparava numa casa de cinco, e os afazeres de um lar cheio de murmúrios suaves, conversas diárias e gargalhadas loucas, daqueles que olhava com orgulho. Agora tem-te a ti. 

Mostraste-me então que hoje, mais do que nunca, acompanhas os passos daqueles que, afastados por uma força que os transcende, se cruzam comigo com os olhos opacos, alheados do mundo, preenchendo contigo a falta de alguém, ou de algo. És uma presença cruel, para quem não souber de ti tirar proveito, capaz de mergulhar a maior felicidade num poço de pensamentos sombrios, e loucos. Questiono por momentos a tua vontade de brincar com aqueles que se completam, atirando-os para lutas distantes, separados, obrigando-os a aguentarem o sabor amargo que deixas nos lábios secos, de tão sós se encontram, e a inércia de umas mãos que não podem mais tocar o calor, outrora vital. Mais eficácia te reconheço quando, no meio de uma multidão, te encontro, mesmo ao meu lado, apagando uma a uma as faces que rodeiam alguém, de sorriso forçado, ou ruga vincada na testa, quase imperceptível, marca de um rosto que não deixas relaxar, que não libertas. Naquele que no café brinca com o copo, ou finge que lê a página do jornal, durante minutos longos a mesma, tentando esconder-te bem fundo na sua alma, para que ninguém se aperceba que lá estás. Mas um olhar atento vê-te claramente, impune, perante a dor constante de muitos dos que passam, sem tocar, todos os dias.

Manhãs há em que te encontro ao espelho, ao reprimir as palavras que ficam por dizer ou as brincadeiras que se perdem no passar do tempo contigo ou os beijos matinais perfeitos, que procuro em vão, de olhos fechados, num misto de sonho e realidade. Fito-te tranquilamente, sei como te encarar, e converso contigo, sem que me ouças, deixando o sorriso atenuar as arestas afiadas que vão aparecendo na tua forma, e a que outros ferem tão profundamente. Fazes parte da minha rotina, acompanhando-me lado a lado, não me subjugas a uma existência vazia, de mera sobrevivência num mundo que vais dominando. E, por vezes, até a minha página de jornal se torna demasiado longa, e a notícia demasiado distante do meu pensamento, que voa para lugares onde não posso estar. Mas sei que és efémera e, como tudo, um dia, desvanecerás.


* texto revisitado; direitos foto: M.L./Salinha de Estar

sábado, 26 de abril de 2014

Nova Iorque | Compras para os pezinhos

A sensação que tenho, quando falo de Nova Iorque, é que me inebrio de tal forma com o sentimento de saudade da minha alma nova-iorquina, que as palavras são muito escassas e francamente pequenas, engolidas por algo que se sente, e que não se conseguirá explicar. Queria voltar amanhã, depois, e até morar uma temporada na cidade feita à minha medida, tanto de eclética quanto de frenética, com uma pitada de bairrismo próximo, em comunidades que se entre-ajudam. Queria conhecê-la melhor, vê-la de perto, seduzi-la para que me tornasse um bocadinho dela. Tomara que pudéssemos, na nossa vida, só uma, fazer tudo o que desejamos ardentemente e nos completa *suspiro*.

Caindo na realidade, deixando para trás a tentativa vazia de partilhar convosco o meu sangue nómada, que cresce no caminho, e não prendendo raízes ao chão,  decidi que, talvez mais útil do que lerem os meus devaneios, seria a partilha de algumas lojas interessantes e excelentes negócios feitos por lá. Confesso que o meu foco principal estava, como boa fã do Sexo e a Cidade, em sapatos e, como não poderia deixar de ser, cosmética (sobre a qual falarei noutro post), pelo que não me irão ver a falar de roupa, que não quero induzir ninguém em erro dissertando sobre experiências que não tive. Acreditem, não é muito o meu estilo. 

Crente que os preços de sapatos bons seriam sempre mais convidativos do que os europeus, deixei as compras para os pezinhos que necessitava para Nova Iorque. A lista era simples: sabrinas, sandálias de festa e sapatilhas.  Esqueci-me apenas de um pormenor, no mínimo fundamental; os pés americanos são consideravelmente maiores que os meus, pelo que mesmo o tamanho mais pequeno de mulher, o 5, era, em muitos casos, demasiado grande. Deixei de encontrar sapatos? Não, de facto não. Mas tive de ir com a mente bastante aberta e aproveitar o que havia, sem me fixar em tons e/ou modelos. Estou extremamente satisfeita com o que trouxe. Mas sei que, se fosse mais obstinada, viria de mãos a abanar. 


Mas comecemos por ordem de compra para não vos massacrar demasiado. Ainda em França, antes de ir para NY, decidi estar atenta a promoções e ofertas fantásticas, que ia encontrando pelo Retail Me Not, já que poderia enviar as compras para casa da amiga que me acolheu. Foi assim que vieram aquelas que são, a partir de agora, as minhas sandálias de festa. Todas em pele, de um dourado mais discreto nos pés do que parece, confortáveis e elegantes, encontrei-as no site oficial da Ralph Lauren a 23 euros, em promoção de 80% por causa do Dia do Presidente, no meu tamanho. Claro que este foi um golpe de sorte mas, se querem uma sugestão, quando tiverem a viagem marcada, perguntem ao vosso hotel, ou a algum amigo, se podem receber as encomendas e estejam atentos a promoções. Há ofertas inimagináveis. 

No primeiro dia, mais por causa do meu companheiro de viagem, (compras para homens nos Estados Unidos são de aproveitar e muito), fomos logo ao Jersey Gardens, um outlet enorme, fantástico, cheio de lojas de marcas de qualidade e bons artigos muito mais baratos. Não vos vou mentir, há muitas coisas que não são propriamente "baratas", são é "mais baratas" do que na Europa (por exemplo, uma mala de 300 euros da Michael Kors pode custar lá 150, mas, no entanto, é preciso estar-se disposto a dar esse valor por uma peça. Quem diz esta, diz outra qualquer. Vi lá um vestido da Prada, na Nordstrom desse outlet, que eram 1200 dólares a metade do preço; mas 600 dólares não se dão assim). Embora em New Jersey, muito pouco prático para quem fica em NY, é um lugar a pensar visitar, durante um dia inteiro, com uma mala de viagem vazia, se querem investir em artigos mais luxuosos. Depois de oportunidades perdidas de preços fenomenais na Calvin Klein, na Guess ou na Tommy Hilfiger (entre outras, de desporto), por não haver o meu número, consegui comprar umas Converse All Star menta a cerca de 20 euros, na secção de criança. 

A caminho da downtown, especificamente da Trinity Church, onde, à uma da tarde de todas as segundas-feiras há um mini-concerto com músicas de Bach, gratuito, esbarrámos com a Century 21, a loja na qual a Carrie Bradshaw desgraça o primeiro salário como colunista. Com as marcas mais fantásticas que podemos encontrar, desde Manolo Blahnik, a Calvin Klein, Fendi, Guess, Michael Kors, Moschino, Kate Spade, Prada, Dsquared2, passando pela alta-costura de designers italianos, a C21 é um verdadeiro "templo do consumo", onde podemos comprar roupa para todas as ocasiões, acessórios, cosmética (sem desconto) e sapatos. Muitos sapatos. Quase tudo com 60% de redução. Agora, um pequeno, importante, senão; se tiverem um tamanho de pés dos mais comuns, entre 37-39, poderão ter sorte e muito por onde escolher. Eu não encontrei quase nada; mais uma vez o que havia era demasiado grande, ou caro, e saí apenas com uma carteira em pele, azul, pequena, que me durará com certeza anos, do Vince Camuto. 

Já convicta de que não ia encontrar sapatilhas nem uns sapatos casuais, mas bonitos, fui à Nordstrom Rack, o outlet da loja, na Union Square, em busca da parte de cosméticos. Com uns pads da Neutrogena a 50% de desconto na mão, a caminho das caixas, encontrei as filas dos sapatos em promoção. As caixas muito bem organizadas, por tamanhos, dispostas em ordem crescente e da sapatilha informal para o mais sapato mais formal, foi a minha maior perdição. Não vale minimamente a pena procurar outros modelos, noutros tamanhos, porque o que está à vista é o que há. Mas o que há, já nos enche os olhos de alegria.Todos os pezinhos pequenos tinham, pelo menos, três filas com várias prateleiras de sapatos no tamanho 5 e outras tantas para os 6. Difícil foi escolher só dois pares. De lá trouxe uns mocassins vermelhos da Michael Kors (que combinam com o meu lado fascinado pelo Feiticeiro de Oz), também em pele e ao preço de uns sapatos de algum material sintético das marcas multinacionais que insistem em começar no 36, e uns ténis da Nike a metade do preço que estavam na Macy's e a um terço do das sapatilhas do género em Portugal. Ainda procurei uma gabardine vermelha (sou coerente no meu amor por casacos encarnados, vá), mas em vão, e nem me enfiei pelos corredores e corredores de roupa que por lá encontrei. Admito que não tenho jeito algum para encontrar aquela peça maravilhosa no meio da confusão. Se os artigos não estiverem dispostos de forma a que eu os consiga visualizar, ser-me-á muito difícil (entediante e a roçar o desespero) encontrar algo. Sou menina de saldos, mas não a monte, e agora com o hábito de comprar online o grau de paciência tem decrescido a olhos vistos. 

As minhas compras não foram muitas, como podem ver, mas bastante satisfatórias. Pode ser que a minha experiência nestas lojas dê jeito a alguém que vá passear até Nova Iorque, com um orçamento reduzido, como era o nosso. Quem conhecer outras e tiver encontrado bons negócios em roupa ou acessórios, partilhe por favor a experiência nos comentários. Com certeza ajudará muita gente (incluindo a mim, quando lá voltar. Porque não sei quando, mas voltar eu volto). Obrigada. :)        




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Bolo de gemas com morango e chantilly

por Carol Vannier

Achei mais uma receitinha para usar gemas quando eu quero que sobrem as claras, e não vai ser sacrifício nenhum repetir essa daqui sempre que preciso! É um bolo que em vez de manteiga usa gemas como fonte de gordura. A massa fica levinha, com um quê de pão-de-ló, com a borda quebradiça. E como a massa é relativamente light na gordura, merece morangos com chantilly de recheio ;)
Eu que não costumo achar que bolos dão boas sobremesas por serem muito massudos, achei esse aqui uma ótima pedida depois de um farto almoço de Páscoa. Na falta de morangos frescos, uma compota ou geléia de morango devem fazer um bom efeito também. 
Para outras receitas que usem muitas gemas, essa lista aqui tem uma boa seleção.



BOLO DE GEMAS COM MORANGO E CHANTILLY 
receita do bolo do Nigella.com

Ingredientes:
6 gemas (dê preferência a ovos caipiras)
4 c. sopa de água quente (recém-fervida)
200g (1 xíc.) de açúcar
1 pitada de sal
1 c. chá de essência de baunilha
130g (1 xíc.) de farinha de trigo 
2 c. chá de fermento 
4 c. sopa de leite

Para o recheio:
1 caixinha de morangos (se o aproveitamento for 100%) 
500 ml de creme de leite fresco (que bate chantilly)
3 c. sopa de açúcar

Preparo:
  • Pré-aqueça o forno a 170ºC.
  • Bata as gemas com a água quente até ficar cremoso. Vai espumar e crescer um pouco. (Eu usei um fouet elétrico, que deve ser equivalente a uma batedeira. Mas pode ser que um braço forte dê conta)
  • Adicione o açúcar gradualmente enquanto bate, até que fique espesso e mais claro. 
  • Adicione o sal e a baunilha.
  • Misture o fermento com a farinha, e incorpore-os à massa sem bater, alternando com o leite.
  • Despeje a massa numa fôrma de 20cm de diâmetro com o fundo forrado de papel manteiga e untada.
  • Asse por 20 a 30 minutos, ou até um palito inserido sair limpo.
  • Bata o creme bem gelado na batedeira, adicionando aos poucos aprox. 3 colheres de açúcar, até dar ponto de chantilly.
  • Quando o bolo estiver frio, corte-o ao meio e recheie com uma camada generosa de morangos fatiados e o chantilly por cima.
  • Coloque a parte de cima do bolo sobre o chantilly e polvilhe com açúcar de confeiteiro usando uma peneira.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

REVLON | Verniz/ Esmalte Parfumerie, tom Watermint

Convenhamos, se há coisa que incomoda a muita gente (a mim em certa medida) é o cheiro dos vernizes. Na maior parte das vezes em que pinto as unhas, tenho de fazê-lo nas minhas horas solitárias, ou ir para outra divisão da casa, porque quem mora comigo detesta não só o pivete da acetona, mas também o aroma, especialmente desagradável em alguns casos, dos produtos para as unhas (de um modo geral). Isto significa que deixo de mudar a cor de semana a semana (com uns dias de vez em quando de intervalo)? Não. Apenas que, quando vi a linha Parfumerie da REVLON na Duane Reader, NY, fixei logo o olhar e aproveitei o preço para trazer um. Uma embalagem fantástica, uma marca decente, tons que me agradam e com aromas interessantes, é para aproveitar. 


Depois de uns minutos (largos) parada em frente ao expositor da marca, de observar de perto todos os tons e cheiros da linha e uma contenção de guerreira para só trazer um, lá veio o Wintermint (surpresa das surpresas). Como, nos mentas, me falta um com glitter e o cheiro a mentol não tem muito que enganar, teria a certeza que seria um tom que usaria, sem me enjoar. Pelo menos foram estas as razões, na altura, lógicas, que puxei de dentro de mim para que a minha escolha recaísse só em um. Difícil. Muito difícil.

O Wintermint é um verde metalizado com purpurinas de dois tamanhos diferentes, um menor, que lhe dá uma textura granulosa, e um maior, para criar o design. Ambos num tom verde esmeralda, também metalizado. Com uma camada fica muito heterogéneo e, nem com duas fica totalmente opaco. Bem dizem por aí que três, foi a conta de Deus fez. A vantagem é que seca muito rápido e pode ser trabalhado na perfeição em camadas, sem ficar numa espessura muito pouco elegante (para mim, vá), nem demorar horrores até podermos mexer as mãos. 


Cheira, efectivamente, a menta. Especialmente nos dois primeiros dias, mesmo lavando freneticamente as mãos. Depois de seco, e sem top coat, demorou cinco dias até começar a lascar. Não desvanece com graça, não senhoras e senhores, mas pode ser que um verniz por cima lhe aumente a delicadeza, embora tire a granulosidade. 
  
Gostei muito do efeito, da textura, "apesar dos pesares", e, por quatro euros, fiquei arrependidíssima de não ter trazido mais um ou dois (ou mais, vá).  O único site onde o consegui encontrar online foi na Drugstore.com, a $5,99 (mais taxes), com parceria com a MyUS, através da qual podem enviar internacionalmente. Nunca experimentei este sistema, algum de vocês já?

Eu sei que, em Coimbra, a Revlon é comercializada pela Face Colours que tem uma página no Facebook, através da qual podem fazer encomendas. Talvez esta linha apareça por lá. Aguardemos.

Adenda: Uma leitora (muito atenciosa) partilhou que a Revlon também pode ser encontrada nos Armazéns Marques Soares, espalhados por várias cidades portuguesas. Mais um local onde poderão chegar estes vernizes. Obrigada! :)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

NARS | Velvet Matte Lip Pencil - Red Square

Andava eu pelo mundo dos vermelhos, em troca de cromos (como ela tão bem diz) com a A. do Coisas & Cenas, quando descobri este NARS Velvet Matte Lip Pencil. Depois de algumas tentativas frustradas com produtos baços e a sensação que só ficaria pelos Guerlain (caros!) e pouco mais, decidi dar uma hipótese aos famosos lápis da NARS, que estavam a 20 € na Sephora, na altura destes andamentos. A imagem da Megan Fox, morenaça, fantástica com um vermelho alaranjada nos lábios, deu-me a força que precisava para pegar em mim e ir testá-lo na loja (não fosse a consistência ser tão seca que não me agradasse, nem a cor tão pouco idêntica às fotos que me decepcionasse).  


Foi assim que se juntou à minha colecção o meu muito adorado (avanço já para quebrar o suspense, caso haja) Red Square da NARS. Com acabamento mate, é um vermelho alaranjado, bem vivo, que se aplica se grandes dificuldades, com o seu formato em lápis. A minha única frustração é a quantidade de produto que vai parar ao lixo na hora de o afiarmos, mas é um pequeno senão de um formato que tem tanto de prático quanto de simples. Apesar de mate, desliza na perfeição, imediatamente baço, podendo ser trabalhado para ficar mais ou menos intenso. Eu confesso que me divirto imenso a preencher os lábios, como se fossem desenhos a preto e branco para colorir, insistindo na cor.


Não sou um ás a pintar os lábios, muito menos a mantê-lo dentro das linhas ao longo do dia (especialmente porque dou por mim a mordê-los frequentemente quando estou a trabalhar e, com outros produtos, acabo por parecer uma criança a comer um gelado de chocolate, mas colorido), mas este aguenta-se controladinho tanto tempo quanto eu precisar dele. Se apenas beber, desvanece muito pouco, mas se comer fica apenas uma transferência de cor, deixando os lábios mais vermelhos mas obviamente sem baton. Retocar depois das refeições é sempre necessário (como é comigo com qualquer outro produto para a boca) 
  

Temos amor do doido, minhas senhoras e meus senhores, por um produto que tinha muito pouco para me agradar. Só há muito pouco tempo é que me deixei levar por batons vivos assim, e mate não é a minha praia. Mas este é confortável, duradouro e fica muito bonito com um bronze na pele. Usei-o em França, ainda cinzenta, e o efeito tcharan não foi tanto quanto aqui, no Brásiu, com dois dias de Sol (mesmo com protector SPF 50+, que com a pele não se brinca. O meu corpo fica sempre mais escuro que o rosto, mas eu não me importo). 

Embora a NARS seja um exclusivo Sephora, e nem se encontra ainda na Sephora Portugal, podem sempre recorrer ao site da NARS a 25 € (que quase nunca tem promoções, infelizmente) ou à HQhair a 21,75 € (onde talvez encontrem algum desconto, embora não haja este tom), para comprar algum Velvet Matte Lip Pencil.  


terça-feira, 22 de abril de 2014

Produtos acabados e Impressões-Flash # 2


Nesta leva de produtos acabados e primeiras impressões, temos principalmente tamanhos de viagem e amostras que acabei por utilizar apenas para teste simples, por curiosidade, ou porque andava em busca de algo semelhante. Confesso, desde já, que, apesar de alguns me terem interessado bastante, acabei por não comprar nenhum em formato grande, apesar de, pelo menos em dois casos, estarem na lista de possíveis futuros, quando acabarem os que tenho ou quando o meu bolsinho diminuto crescer consideravelmente. Que fazer? A minha pele tem tanta tendência pelo mais caro, quanto os olhos em lojas de roupa.

São, sublinho uma vez mais, apenas primeiras impressões que, como eu disse no primeiro post desta série, poderiam, caso se prolongasse o uso, acabar por se consolidar ou, quem sabe, até mudar (embora duvide que mudasse muito). Mas, vamos lá, porque, se forem como eu, há coisas das quais, assim que usam, já sabem se têm potencial para amar ou não. 

Kiehls Ultra Light Daily UV Defense - Este protector da Kiehls deve ser, provavelmente, o mais badalado nos blogues e sites de beleza que eu leio. É adorado por quase todas as pessoas que falam dele, como se fosse imprescindível e insubstituível na bolsa de quem se quer proteger convenientemente do Sol. A amostrinha deu-me para quatro aplicações, na cara, espalhando bem e, sim, é um bom protector solar. Leve como apregoam e sem deixar rastos (aquelas partículas brancas irritantes que ficam na minha cara quando usava o Anthelios da La Roche Posay deixou-me com algumas reticências no quesito protector solar diário para o rosto, mas este ajudou-me a ultrapassá-lo), é um produto que, parece-me, pode ser usado tanto por peles mais secas, quanto por mais oleosas. Não o usei em ambos os casos, mas o meu medo era mesmo como se portaria em França, com o clima seco, e não senti a pele a puxar uma única vez. Por ser tão fluido, acredito que em climas húmidos não pesará nem um pouco. O conselheiro da Kiehls, pelo menos, disse-me que é o que leva para a Índia (ele era indiano) e que o usa sempre na altura das monções (haja humidade!), sem problema algum. A grande desvantagem é o preço. Em França, custava cerca de 37 euros e, mesmo nos Estados Unidos, ficava muito mais caro do que aquele que acabei por escolher, da Filorga.

Guerlain Super Aqua-Eye Serum - É totalmente impossível (digo eu, mais uma vez) avaliar os resultados de um produto deste género apenas com uma semana de utilização, que foi o tempo que esta amostrinha durou. Eu adoro os produtos da Guerlain e acredito piamente que este serum tenha mais efeitos do que os que senti, especialmente quando promete redução de linhas, papos e olheiras. Senti, inegavelmente, a região ao redor dos olhos, onde o aplicava e na qual eu me desleixo mais (shame on me!, eu sei, eu sei), muito mais hidratada e luminosa. Dias houve em que estava tão mais bonita, que nem foi necessário aplicar umas pinceladas de Touche Eclat para iluminar o rosto cinzento do Inverno. Outros resultados não posso confirmar, nem desmentir. Está, sem dúvida, na minha lista de futuros tamanhos integrais, quando der para este e outros, da linha. Entretanto, os cerca de 73 euros (que, na Balvera, serão, muito provavelmente, uns 50-55 euros), estão muito acima do meu campeonato. 

Rimmel BB Cream Matte - Não sei se foi por estar com a pele mais seca, mas este produto não me agradou rigorosamente nada. Em primeiro lugar, porque a textura me pareceu, nas três utilizações (sim, tentei que me conquistasse, que não sou mulher para desistir à primeira), demasiado líquida (como me parece bem visível na foto, pela minha falta de jeito a retirar o produto da saqueta) e dificílima de espalhar convenientemente. Tinha sempre a sensação que ficava a notar-se perfeitamente, já que não camufla os poros como promete, e que estava a usar algo na pele que não assentava como deveria assentar. Noutra utilização, agora com menor quantidade na mão (que eu poderia ter ido com demasiada sede ao pote na primeira vez), foi quase imperceptível a cobertura dele, sem ser, mesmo assim, confortável.  Se eu o compraria, mesmo custando apenas nove euros, na ASOS? Nem pensar. Mas, como tudo na vida, o que não me convence a mim até vos pode agradar a vocês.  

Clarins Crème Eclat du Jour hidratante - Supostamente, a linha de cremes (por oposição às texturas gel) da Clarins é para peles normais a secas, mas a minha pele, mista a oleosa, só se adapta bem a essas texturas. Detesta tudo o que é mais fluido, por mais que, invariavelmente, me tentem convencer nas lojas que o melhor é mesmo levar algo do género. A verdade é que ninguém conhece melhor as reacções da nossa pele do que nós, consciencializemo-nos disso. Logo, quando levei este creme para uma viagem de 16 dias por climas mais quentes, nos quais a pele teria tendência a ficar mais oleosa, já sabia que teria hidratante à medida. É um produto principalmente, acredito, para peles mais jovens, nos seus vinte anos, bom na hidratação, pequenas imperfeições e manchas mais escuras suaves, das borbulhas. Se procurarem num creme mais do que isso, vão achá-lo realmente ineficaz, mas ele também não se pretende a mais. Dá, igualmente, alguma luminosidade (discreta) à pele, que, no meu caso, ficou muito bonita com um tom mais moreno. Por ser um hidratante mais básico, não é, de todo, inacessível. Um boiãozinho com 30 ml, que durará, provavelmente, alguns meses, custa cerca de 26 euros a preço normal, que, pelo menos em Portugal, pode ser ainda mais reduzido com as promoções que frequentemente encontramos em algumas perfumarias, como a Perfumes & Companhia ou a Balvera. Na Loja Glamourosa encontram-no a R$68.

Garancia en Deux Coups de Baguette - Este creme desmaquilhante e de limpeza da Garancia foi uma surpresa (das boas) total. Em primeiro lugar, foi o único produto com aroma ligeiro a rosas (até agora!) que eu consegui suportar. Para não questionar totalmente a minha integridade olfactiva e gosto pessoal, assumi que fosse o corte dos tons enjoativos da rosa com o de baunilha suave (vá-se lá entender) que o fazem suportável (até agradável). Depois, foi o primeiro creme do género que alguma vez experimentei e gostei bastante. Nota-se que deixa a pele realmente limpa, sem a agredir, nem a irritar e remove a maquilhagem até nos olhos (não a à prova de água, que essa só com o bifásico). É, de facto, um dois em um para quem quer saltar etapas ou não tem tempo e/ou paciência, à noite, para todo o processo. Tem ainda a vantagem de se limpar, preferencialmente, com o paninho preto que vem com cada bisnaga, que eu tenho tendência a apreciar cada vez mais. Sinto que esse processo é o que deixa a minha pele ainda mais limpa.  No quesito anti-idade, como promete, não sei aferir, de facto, os seus efeitos. Entre seruns e cremes que uso, o que posso dizer é que limpa a pele, deixando-a  realmente suave, mas não mais do que isso, já que outros produtos poderiam estar a ter resultados anti-idade muito mais notórios. De qualquer forma, pelos 18,9 € /ca R$58 que custa uma bisnaga de 200 ml (que durará seguramente largos meses, dado que este tamanho de viagem durou umas três semanas), para usar à noite, na Cocoon Center, será provavelmente um produto de limpeza que vou considerar no próximo Inverno.   

Entre totais decepções a amores surpresa, julgo que até teve um balanço positivo esta minha leva de produtos em tamanho de teste. Para mal dos pecados da minha carteira, já que aguça vontades e curiosidade. Um dia, testarei os que mais me agradaram com tempo e calma, podem apostar.  

domingo, 20 de abril de 2014

Boa Páscoa!

foto: arquivodereceitas.com

Comam uma fatia (ou mais) de folarzinho torradinha com manteiga por mim, que deste lado a tradição são (apenas) os ovos de chocolate e a canjica. :)

Semanagram # 2

Aqui no Rio, a Páscoa este ano foi sinónimo de alguns feriados próximos, que facilmente se tornaram num "feriadão" propício a um passeio mais longo. Muita gente dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais vieram até à região dos Lagos, Búzios, Arraial do Cabo ou, onde temos família, Cabo Frio, para fugirem da chuva que teima em cair por esses lados e aproveitarem as praias de água claríssima e areia fina, branca, e este Sol fantástico que temos apanhado.

Nós, como não poderia deixar de ser, deixámo-nos seduzir não apenas pela paisagem mas também pelas iguarias da região, apresentadas pelos nossos anfitriões. Fui mostrando tudo, no Instagram. Ficam alguns momentos por lá partilhados, mais uma vez. :) 

O maior pastel de já comi, no Festival de Lulas de Arraial do Cabo / Pôr do Sol no Canal  
Uma fruta de cacto de um vermelho lindo
A ler Game of Thrones na rede = momento de relax total / Uma aldeia piscatória / A melhor cocada

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Guacamole

por Carol Vannier

Sexta-feira santa, cadê a receita de bacalhau? Pois é... vai ficar pra uma próxima vez. Mas para quem, como eu, não é a dona da cozinha onde se dará o almoço de páscoa, o post de hoje pode vir a calhar. É sempre bom ter na manga aperitivos ou sobremesas gostosos para levar e ajudar o(a) anfitriã(o).

Aproveitando que abacate está na época, e que ganhei um de presente do quintal do vizinho, resolvi tentar a sorte com o guacamole. Eu já tinha feito uma vez antes, sem achar assim fantástico. Dessa vez pude concluir algumas coisas: uma é que o abacate estar maduro faz ficar bem mais gostoso, pelo menos para mim. Outra é que não gosto de exagerar no limão, mas posso pesar a mão no coentro. Então se você já comeu/fez um guacamole que não te despertou grandes interesses, tente ajustar essas variáveis, porque faz muita diferença! E não esqueça do sal. Pra um abacate grande a quantidade certa de sal pode parecer muito, mas não economize porque não vai ter graça nenhuma!




GUACAMOLE

Ingredientes:
1 abacate grande maduro
2 tomates maduros e firmes
1 cebola roxa
meio maço de coentro (ou quanto você preferir)
1 pimentas dedo de moça (pra quem gosta bem apimentado, pode ser mais, mas prove antes!)
1 limão
sal e azeite a gosto.

Preparo:
  • Pique no menor tamanho que você tiver paciência a cebola e os tomates sem sementes. A proporção de cebola e tomate para o abacate pode ser difícil de reproduzir, dado que eles variam muito de tamanho. Se achar que é muito, guarde a cebola e o tomate picados pra um molho à campanha.
  • Abra o abacate, tire a polpa e amasse com um garfo.
  • Pique o coentro e a pimenta e misture tudo, espremendo o limão e temperando com sal e azeite.
  • Prove para acertar as quantidades de tempero.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

MISAKO | Companheiros de viagem


Se, por um lado, viajar,  conhecer novos espaços e lugares, é extremamente interessante e toca o que mais de profundo há em mim e que me faz desejar fazer da vida isso, como uma globe trekker, por outro, ter a mesma vida em malas e necessaires não é nem fácil, nem animador. Escolher a roupa consoante os dias, prevendo momentos e climas, adivinhando necessidades futuras e, muitas vezes, esquecer aquela coisinha que, naquele lugar, seria essencial, é, ao mesmo tempo, um processo cada vez mais célere e frustrante. Por mais que se teste o desapego, e se faça dos dias um libertar constante daquilo que deixámos para trás, noutros cantos, há sempre aquele momento em que desejamos poder andar com tudo atrás, sem limite de peso, sem dificuldade. 

Mas, enquanto isso não acontece (que as companhias aéreas têm limite e as minhas costas -- e as do meu companheiro de viagens -- também),  ando sempre à procura de sacos e saquinhos, dos maiores aos mais pequeninos, que auxiliem na organização de algo que, à partida, já desorganiza o quotidiano. Nesta última viagem, descobri os sacos de mão da MISAKO.

Embora tenhamos sempre malas de porão tão cheias quanto nos for permitido, levamos sempre uma mala de mão, de cabine, com roupa, electrónicos, ou outro item mais delicado que não pode andar aos trambolhões. Gostamos, igualmente, que esta seja fácil de colocar no espaço por cima dos assentos e maleável, para que ninguém deixe de pôr a sua. Confesso que uma das coisas que mais me irrita, especialmente em viagens com mala de porão incluída, é a desfaçatez de algumas pessoas que levam bagagens enormes para a cabine (quando sabem que não há a rigidez de regras como em companhias low cost, então, é vê-las a crescer e a  engordar), que ocupam, quase sozinhas, os compartimentos devidos. Resultado: em voos cheios, os desgraçados que entram depois no avião, andam feito baratas tontas à procura de um espacinho para a sua mala, engarrafando o corredor e, por vezes, atrasando a descolagem. Agradável? Garanto-vos que não. 

Mas voltemos às malas da MISAKO que é esse o foco deste post e não a minha total desacreditação de quem se acha sozinho no mundo. Conheço a marca desde que abriu no Colombo e, quando quero uma mala engraçada, não muito cara, é a primeira que procuro. Não são malas para durarem uma vida, mas servem para nos acompanharem durante alguns (não muitos, vá) anos, enquanto o tamanho do bolso não permite a compra de melhores, com designs divertidos e com feitios para todos os gostos.  

A duas mais recentes aquisições na loja, que há uns meses abriu também no Fórum, em Coimbra, foram um satchel camel (o meu modelo favorito de malas, admito, mesmo que sejam supostamente para homens; que espero que aguente até eu conseguir comprar uma em cabedal da Ted Baker que, essa sim, aguente anos e anos) e uma mala de viagem, grande o suficiente para os essenciais, mas no tamanho certo para não ocupar todo o espaço na cabine. A MISAKO tem, entre 30 a 40 euros, vários modelos entre os quais podem escolher e que servirão na perfeição para uma viagem de avião ou para um passeio de fim de semana. A minha, a das girafas, tem dois compartimentos, um maior, onde coloco roupa e as minhas necessaires (sim, tenho várias) e outro, para os sapatos, secador e instrumentos que tal, e é toda de um material impermeável. Além da alça curta, vem ainda com uma mais longa para pormos ao ombro, caso nos apeteça, embora não seja das mais confortáveis para esse fim. 



No site da marca espanhola podem encontrar todas as opções, ao mesmo preço (se não estou enganada) das lojas físicas. A grande desvantagem, para quem não tem MISAKO próxima, são os 15 € de portes para a Europa, que pesam e muito, na hora de comprar. A minha favorita era, sem dúvida, a das flores e borboletas azuis, mas, além de ser  menor do que a que acabei por comprar, não havia na loja onde fui. Seria impensável comprá-la online com os portes que tem. 

    


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Nova Iorque | Guia útil de mão da Lonely Planet


Há algum tempo que eu desejava ir a Nova Iorque. Anos, direi. Mudaram-se casas, projectos e até de possíveis companhias para a dita viagem, mas a vontade sempre ficou. Firme e com a mesma convicção de que a cidade me iria apaixonar. Ou maior, até, que, com o passar do tempo, os filmes vistos e os milhentos programas sobre o que ver, visitar, comer, e por aí adiante, o desejo só aprimora, adensa e cresce como se a cidade já fosse nossa. 

Quero com isto dizer que foi com muita antecedência, aviso prévio e muita organização que se planeou a viagem do mês passado? Nã... Nada disso. Aproveitando a nossa disponibilidade mais flexível este ano, foi num ápice que encontrámos uma viagem abaixo de 400 euros, entrámos em contacto com a minha amiga que mora por aqueles lados (obrigada mais uma vez, A., sem ti não teria sido possível), e zás trás, viagem comprada. Isto em plena fase de mudanças para Paris, onde todos os dias, incluindo fins de semana, eram passados a trabalhar ou a receber visitas simpáticas, que nos ocupavam (e muito bem) o tempo que poderíamos ter para planear convenientemente a viagem. 

Confesso, desde já também, sem qualquer pudor ou timidez que, na mesma medida em que sou totalmente control-freak (assumidamente, o que é um primeiro passo para tratar qualquer obsessão) ao nível profissional, acabo por relaxar muito mais nas férias e deixar que me guiem. De forma flexível, que não sou pessoa para guiões rígidos nem muito cheios, que me impossibilitem uma das coisas que mais gosto de fazer quando viajo para algum lado; respirar a cidade, observar as gentes, sentir a vida dos espaços, das pessoas, comer o que comem, andar pelas ruas menos turísticas, pelo quotidiano do quem por lá fica quando todos os habitantes de passagem se vão embora. 

Moro, contudo, com alguém que me completa (até) nisto. Ele adora guias, mapas, roteiros, com os quais aprende mais sobre a história dos sítios que visitamos, sobre dicas de restaurantes e espaços de paragem obrigatória, sobre os passos que outros já deram e que aconselham. No final, acabamos por nem ir completamente à toa para perdermos muitas coisas extremamente interessantes, nem tão presos ao turístico que nos esqueçamos de parar a saborear o clima e a observar os transeuntes. É uma situação win-win (que, na primeira viagem feita a dois, teve uma fase de adaptação menos simpática, mas que agora é natural). 

Por isso, e de há uns anos, poucos, para cá, compramos sempre um guia, que levamos em viagem, para nos acompanhar. Desta vez, e acho que a partir de agora terá preferência, optámos pelo da Lonely Planet. Com menos fotografias do que outros, nomeadamente aqueles mais famosos, os branquinhos, acaba por ter mais dicas e informações úteis sobre o que vamos visitar. Alia ainda uma vertente mais cultural às dicas, ao contrário de outros como o Frommer's, mais prático. Como a intenção é conhecer, in loco, os monumentos, restaurantes e afins, e registarmos com a nossa máquina a nossa presença lá, achámos que o que o outro tinha de vantajoso, não traria qualquer vantagem para nós. Queríamos mesmo algo que nos auxiliasse, não que fizesse a visita por nós. E assim foi. 

Separado por bairros e muito bem organizado por temáticas (viagem com família, para shopping, alternativo, etc.), consoante a vontade do freguês, diz-nos onde ir e quando é melhor ir. Dá-nos sugestões, indica faixas de preços, à medida de cada carteira, e ainda propõe roteiros curtos, para quem for fazer alguma visita de quatro dias. Com cinco grandes temas principais -- onde comer, comprar, sair, o que ver e desporto -- apresenta-nos, de forma clara, os imperdíveis de cada região da cidade, para que não percamos o que ela tem de melhor.  E ainda acrescenta dicas para quem quer ter uma experiência de residente, para quem se quer sentir um verdadeiro New Yorker durante uns dias, fugindo dos lugares meramente voltados a turistas. 

O mapa geral da cidade, destacável, e os menores, por secções, foram essenciais na nossa exploração de Nova Iorque que, não sendo das cidades mais difíceis para nos orientarmos, também precisa de algum tempo para se dar a conhecer e parecer menor labiríntica. Fiquei realmente bastante satisfeita com o senhor guia, fiquei.  

Nas próximas semanas partilharei convosco tudo o que achar que possa interessar desta nossa viagem de nove dias. Confesso que a organização da informação, mais que muita, ainda não está totalmente definida, mas irei, com certeza, por partes temáticas, tentando não me esquecer de pitadinha. :) 
   

terça-feira, 15 de abril de 2014

Produtos acabados e Impressões-Flash # 1

Vejamos, muitas horas e quilómetros depois, eis que estou mais do outro lado do oceano, fixa por alguns meses, com o quarto arrumado e os cremes (quase) todos em ordem. Depois do caos que foi a mudança de países (sim, no plural, que foram quatro diferentes nas últimas semanas, com três climas completamente distintos), acho que já posso, com toda a confiança, dizer que estou preparada para voltar a escrever com regularidade. Peço mais uma vez desculpa se não tenho estado muito presente, mas infelizmente os dias não têm 48 horas (especialmente os de NY, porque se tivessem, tudo o que eu não teria feito! Ai ai). 

Mas sigamos em frente que, coisa boa dos saltitos por aqui e por acolá, é a oportunidade de levar produtos em formato de viagem e amostrinhas que não usamos em casa (a pele ficar doida com a mudança drástica que clima é só um pormenor mais desagradável, vá). Decidi, por isso, fotografar todos os produtos acabados e os testes flash, testes estes que, confesso já, são apenas as primeiras impressões de produtos que experimentei em viagem, no curtíssimo prazo, em algumas (poucas) utilizações. Não quero, portanto, com isto, afirmar como peremptórias assumpções que, a médio/longo prazo, poderiam ser diferentes. Especialmente no que diz respeito a produtos faciais, só com algum uso (e, muitas vezes, preciso até de largar algum produto para sentir, de facto, o efeito que ele produz) é que consigo ser assertiva na minha opinião. Vá-se lá entender, a minha pele é mais lenta do que outras, que numa utilização já vêem milagres em cremes que precisam de tempo. 

Vamos lá, então, à primeira leva de produtos acabados e impressões-flash do momento:



Bourjois Óleo de Duche Délices de Soleil - Adoro! Supostamente é um óleo de duche com beta-caroteno que ajuda a sublimar e a prolongar o bronzeado e vitamina E, para a hidratação. Então vejamos, tendo usado o menino em pleno Inverno francês, o máximo que fez foi hidratar dignamente a minha pele no banho, que, este ano, não ressecou como aconteceu no ano passado. Será deste ou da combinação com exfoliantes hidratantes ou outras loções? Não sei, mas que a minha pele ficou muito mais bonita e menos seca, ficou. Agora o cheirinho, minhas senhoras e meus senhores, o cheirinho... Lembram-se da publicidade do Tahiti Duche (Tahiti duche, duche, duche)? É assim que me sentia em todos os meus banhos. Alegre, como se estivesse num paraíso exótico. Quem detesta de aromas baunilhados com toque de frutas tropicais, vai detestar. Se forem como eu, temos amor assolapado. Mesmo que a sensação só dure o tempo do banho, já que não é amiguinho para nos acompanhar durante muito mais horas. Comprei-o por dois euros e picos (muito rigorosa, como podem ver) na Bourjois francesa e penso que será mais ou menos o mesmo preço em Portugal. No Brasil, ainda só encontrei a maquilhagem Bourjois à venda (e eu que não trouxe carregamento porque achei que encontraria aqui...). Se souberem onde se compram os produtos de banho, coloquem nos comentários, por favor. Obrigada.

Keims Champô Menta e Macadamia - Este champô chegou às minhas mãos numa das Birchbox/Joliebox que eu assino sempre que estou em França. Tem produtos extremamente interessantes, uns em amostras, outros em tamanho de viagem (como este) ou até tamanho integral, numa caixa janota para arrumações, e a 13 €, já com portes. É uma delícia recebê-la. A Keims criou este produto especialmente para quem tem o cabelo fraco e baço, já que tem menta, para estimular a circulação sanguínea ao nível do couro cabeludo, e macadamia, que o hidrata até às pontas. O meu couro cabeludo é extremamente sensível, pelo que quando um produto não o agride, não o deixa seco, e ainda trata convenientemente do fio até às pontas, é uma prova mais do que superada. Não deu para ver, a longo prazo, nem noutros climas, como é que ele se portaria, mas, no inverno francês e na água calcária, foi muito agradável para o meu cabelo. Tem ainda a vantagem de eu adorar o aroma a mentol e dar aquela sensação de frescura ao cabelo, deixando-o leve. Parece-me que, para quem tem o cabelo oleoso, deve ser muito bom. Só o encontrei à venda em Portugal através da loja Luxe Beauty Products (da qual nunca comprei nada) a 6,35 €.

Sephora Creme de Duche com espuma Fleur de Coton - Este produto chegou-me às mãos como prémio da Sephora.fr, juntamente com outras novidades da marca. De outra forma, talvez nunca olhasse para ele, pelo menos não neste aroma. Numa fórmula bastante cremosa, este creme envolve o corpo com uma camada  densa de espuma, não umas bolhinhas apenas, deixando a pele bastante suave. Não sou a maior fã do aroma a flor de algodão, mas, pelo menos, é sempre um frasco engraçado e diferente, para oferecer às visitas que pernoitam em casa (ou pernoitaram, que o creme já acabou e a casa já não é a mesma). Se pagaria os 7,95€ que ele custa? Provavelmente não. Talvez, se o adicionasse a um daqueles conjuntos giros da Sephora, com outros produtos, numa promoção e, definitivamente, noutro aroma. Consigo, mais baratos, no supermercado, outros cremes de banho que me proporcionam o mesmo grau de prazer que este.

John Frieda Condicionador Sheer Blonde Go Blonder - Agora estou com o cabelo bem mais curtinho (o que, pelos vistos, para toda a gente, me retira anos e me deixa a cara mais arejada e bonita -- iupiii!), mas este condicionador valeu-me tudo o que custou (e mais!) em França, onde, por causa da água e do vento seco, o meu cabelo fica uma palha de aço sem qualquer maleabilidade e muito quebradiço. Já escrevi sobre ele no post sobre a minha rotina capilar e mantenho o que disse. Em Nova Iorque, aproveitei para comprar já várias embalagens para fazer stock, dado que lá é metade do preço. Normalmente, encontram-no em lojas online, como a FeelUnique, a cerca de oito euros.

Tenho uns quantos conjuntos de produtos já na recta de lançamento para receberem o devido post. Todos os que ficaram pelo caminho, até chegar aqui, a Niterói - Rio de Janeiro, que me recebeu com muita chuva e humidade no ar. :)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Trufas

por Carol Vannier

Como boa chocólatra, a Páscoa sempre foi dos meus feriados favoritos. Viajar para um lugar de serra, comer chocolate em formatos bonitinhos e embalagens coloridas... nada melhor! Mas com a idade o paladar muda, e a gente faz as contas de quanto sai o quilo daquele chocolate que está no ovo e pensa duas vezes se quer um ovo mesmo. Mas calma, meu romantismo de páscoa não acabou completamente! Ainda aprecio bastante dar e receber chocolates, só que agora prefiro que meu chocolate não tenha como primeiro ingrediente da lista o açúcar (no Brasil, as embalagens de alimentos têm que listar os ingredientes em ordem do mais presente para o menos).

Então se você quer presentear (ou se auto-presentear!) com chocolatinhos de paladar mais adulto, essas trufas podem ser uma boa pedida. Além de serem feitas com chocolate meio amargo, levam um pouco de conhaque, ou outro destilado aromático que você preferir. No momento estou produzindo um licor de café caseiro para minha próxima leva (isso quer dizer que em cima da minha mesa tem um vidro com 100ml de cachaça e 10g de grãos de café inteiros que eu chacoalho de vez em quando). Não vejo a hora de experimentar o resultado!

Minha maior parceira no setor chocolatier/chocólatra (mamãe) já experimentou com vários outros sabores, mas eu sou mais tradicionalista. E também sou mais chegada a uma trabalheira. Na hora de enrolar as trufas por exemplo, uma opção mais prática é simplesmente fazer as bolinhas e passar no cacau em pó. Só que nesse caso as trufas absorvem o cacau quase todo, e ela acaba com uma cara parecida ao que tinha antes de ir pro cacau. Aí eu vi que em algumas receitas tem a instrução de besuntar as trufas em um pouco mais de chocolate derretido. Não muito, porque a idéia não é fazer uma camada tipo bombom. É só criar uma camada grudenta e mais impermeável. Aí o cacau gruda em maior quantidade na trufa, e continua lá, sem ser absorvido, por muito tempo. Fica mais charmosinho... mas claro que o processo é feito na mão, então é pra quem não tem medo de lambança!

Uma coisa que ainda não comprovei mais desconfio que seja verdade é que o sabor do conhaque/licor vá sumindo com o tempo. Se não quiser correr o risco, não faça as trufas com muita antecedência. E guarde-as na geladeira por precaução, a não ser que você more em um lugar bem fresquinho, porque elas são bem delicadas. Mas todos esses cuidados valem a pena quando você morde uma bolinha dessas e é tão cremoso e o sabor parece que se multiplica na sua boca. É dessas coisas que são tão boas que às vezes a gente come até menos do que se fosse ruim, porque com um pouquinho já se satisfaz o nosso monstrinho guloso interior. Ou isso é o que eu me digo pra dormir melhor à noite ;)


TRUFAS DE CHOCOLATE

Ingredientes:

Trufas
300g de chocolate meio amargo (+-55% cacau) picado
110ml de creme de leite (eu fiz com o fresco, mas também funciona com os de caixinha)
40ml de conhaque ou outro licor

Para enrolar
+- 100g de chocolate meio amargo
+- 1/2 xícara de cacau em pó

Preparo:
  • Coloque o creme de leite para ferver numa panela. Quando ferver, adicione o chocolate picado, abaixe o fogo e mexa até derreter completamente. 
  • Misture o conhaque e despeje num recipiente para esfriar. Quando não estiver mais quente, coloque na geladeira por algumas horas.
  • Na hora de enrolar você pode preferir tirar a mistura um pouco antes para ela amaciar, ou trabalhar direto. Enrolando na mão as trufas fatalmente vão se derreter um pouco, mas não é nada grave. Não ajuda em nada untar a mão, porque rapidamente elas vão estar untadas de trufa mesmo. Você pode preferir usar duas colheres, ou aqueles boleadores pequenos. Se mergulhar o boleador em água quente, deve facilitar bastante mas não experimentei porque não tenho um. Não se preocupe se não ficarem esferas perfeitas. Já viu como são as trufas que não são de chocolate? Acho que elas dividem o nome não é à toa.
  • Arrume as trufas enroladas em um prato forrado de papel manteiga e devolva-as para a geladeira por algumas horas.
  • Quando for finalizar, derreta o chocolate extra e prepare um prato fundo com o cacau em pó. Tire as trufas da geladeira, espalhe um pouco de chocolate derretido em uma das suas mãos (a mais espertinha) e apenas com ela, pegue cada trufa e "suje" ela toda de chocolate. Lembre que a idéia é só dar uma base para o cacau grudar.
  • Vá jogando as trufas melecadas de chocolate no prato de cacau, e depois que o prato estiver cheio use sua mão limpa para rolar as trufas pelo cacau e depositar em outro prato.
  • Repita o processo, colocando de vez em quando novas doses de chocolate derretido na mão que já está suja, e mantendo a outra no cacau. No fim até que é divertido! Parece que você está brincando com aquelas bolas chinesas de meditação.
  • Arrume em forminhas tipo de brigadeiro, ou de algum jeito mais criativo (e me conta depois qual foi!)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Semanagram # 1

Ainda no meio de malas, caos, e memórias, pensei em rever algumas fotos partilhadas no Instagram e desejar que as minhas férias na cidade que nunca dorme tivessem durado, pelo menos, um mês. Nova Iorque é, sem dúvida, espaço para ser sentido, saboreado e muito bem aproveitado, desde Chinatown ao Upper East Side, passando pelos subúrbios todos que ficaram para uma segunda volta (que ela existirá, com certeza!).

Partilho convosco alguns dos flashes da semana, que fui publicando no Instagram, para quem não segue (mas devia seguir, que aquilo até que é giro para ver fotografias porreiras - não estas, mas outras de muita gente interessante e colorida), enquanto não escrevo um post sobre cada pormenor que me tenha atraído (ou os que me vou lembrando, que é cidade para merecer todo um blog a ela dedicado, por cada pessoa que por ela se apaixone). Estes nove, relacionados a comida, curiosidades e espaços, foram seleccionados rapidamente, sem pensar muito, quase sem ver, porque não tenho, de facto, como escolher os melhores entre estes e muitos mais, que ficaram guardados (na minha memória e na do micro SD do telemóvel, já que as da tablet não estão aqui perto). 

Cupcake de Mint Chocolate (delícia!) / Um sinal deveras insistente / A simpatia dos serviços
O Central Park / A Senhora Liberdade / Um sabor de chocolate no mínimo curioso
Cupcake a qualquer hora / Um concerto diferente / O Peeps, figura da Páscoa

Vou tentar, sempre que possível, mostrar um apanhado das fotos que vão passando pelo Instagram, que mostram espaços ou produtos que fazem parte do quotidiano da Salinha. Se há semanas em que a rotina é mais que muita, outras são um brotar de coisas giras e divertidas. Esperemos que as segundas sejam sempre mais que as primeiras. 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...