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sábado, 30 de agosto de 2014

Pataniscas de Bacalhau

por Carol Vannier

Para os leitores portugueses, não há nenhuma grande novidade. Mas para nós brasileiros, em termos de petisco feito com bacalhau, o bolinho é o padrão, onipresente em todo botequim/restaurante de origem portuguesa por aqui. O bolinho é feito com basicamente com bacalhau desfiado e batata, mais alguns temperinhos e um ovo pra dar liga.

Viajando por Portugal eu não comi nenhum bolinho assim, feito com batata. O que eu vi com muito mais frequência foram as pataniscas. Seguindo a tradição dos doces portugueses, as pataniscas levam uma boa quantidade de ovos. A consistência fica, por isso mesmo, mais aerada e menos cremosa que o bolinho. São assim... quase fofas. E deliciosas, claro, como tudo que leva bacalhau!

No futuro devo colocar aqui uma receita de bolinho de bacalhau fantástica que andam desenvolvendo aqui em casa, mas por enquanto fiquem com a de pataniscas, que aprendi com o melhor mestre cuca português que conheço. E a receita, além de diferente e gostosa, é um bocado mais simples de fazer que a do bolinho!

Foto tirada às pressas, pra não deixar esfriar!


PATANISCAS DE BACALHAU
A massa antes de fritar


Ingredientes:
500g de bacalhau dessalgado e bem desfiado
4 ovos
3 c. sopa de farinha de trigo
2 cebolas bem picadinhas
1 maço de salsinha bem picadinha
sal e pimenta do reino a gosto

Preparo:

  • Misture todos os ingredientes, até que você atinja uma consistência que não seja nem tão seca a ponto de poder enrolar bolinhas, nem tão líquida que não fique nada agarrado na colher. Ajuste a quantidade de ovo e farinha se não ficar feliz com a consistência. Pelo que pude perceber, o bacalhau devia estar mais bem desfiado que o meu, para ajudar a massa a ficar mais homogênea. 
  • Aqueça uma frigideira com aprox. 2 dedos de óleo. 
  • Vá despejando a massa em colheradas e achatando um pouquinho a parte de cima para que ela mergulhe toda no óleo e fique com um formato mais plano. 
  • Frite até dourar um lado e depois vire para dourar o outro lado. Retire e seque em papel toalha.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Muffin de Banana, Coco e Chocolate

por Carol Vannier

Adoro ter a desculpa de fazer esses muffins quando tem banana ficando madura demais na fruteira. Tendo também coco ralado na despensa, o que não é tão frequente, e também gotas de chocolate (essas estão quase sempre presentes!) não tive dúvidas sobre como gastar as bananas.

Esses muffins são bem substanciais, bons para um café da manhã ou lanche. Eu gosto de fazer bolinhos desse tipo na véspera de algum dia que vou ter que acordar muito cedo e sair logo de casa, seja para uma viagem, ou uma prova. Eu não sou daquelas pessoas que acordam super facilmente, na verdade sou o oposto disso, então é gostoso ter um companheirinho prontinho para um café forte nessas horas de confusão mental. Eu sei que grande parte das pessoas tem uma rotina em que todo dia é dia de acordar muito cedo e sair logo de casa, e eu já tive também, e por isso mesmo agradeço todos os dias por ter um horário mais flexível! Então vocês, heróis matutinos, experimentem o bolinho e digam se ajudou, ok? ;)




MUFFIN DE BANANA, COCO E CHOCOLATE
Adaptado do Technicolor Kitchen
Rende +- 12 muffins

Ingredientes:

2 xíc. (240g) de farinha de trigo
2 c. chá de fermento em pó
1 pitada de sal
1/2 xíc. (100g) de açúcar refinado
1 xíc. (50g) de coco em flocos adoçados*
100g de gotas de chocolate amargo ou meio-amargo
100g de manteiga sem sal, derretida e fria
3 bananas maduras, amassadas com um garfo*
2 ovos*
1 colher (chá) de extrato de baunilha

*eu quis acabar com meu coco ralado todo, e usei uns 80g. Como ele era bem seco, a massa acabou muito seca e acrescentei mais uma banana, pois nenhuma delas era grande, e mais um ovo. Mas em geral sigo certinho essas medidas.

Preparo:
  • Pré-aqueça o forno a 200°C; Prepare suas forminhas de muffin: se for usar forminhas de papel forrando as de alumínio, ou de silicone (com ou sem papel), não precisa untar.
  • Numa tigela grande, misture a farinha, o fermento e o sal. Junte o açúcar, o coco e as gotas de chocolate.
  • Numa tigela menor, misture bem a manteiga, as bananas amassadas, os ovos e a baunilha.
  • Despeje esta mistura sobre os ingredientes secos e misture levemente com um garfo – não mexa demais; massa de muffins não é lisa e homogênea como massa de bolo.
  • Transfira a massa para as forminhas preparadas e asse por 15 minutos ou até que cresçam e dourem (faça o teste do palito).
  • Deixe esfriar ligeiramente na fôrma, depois desenforme e deixe esfriar completamente sobre uma gradinha, ou um tabuleiro frio. É importante desenformar, mesmo das fôrmas de silicone, porque a fôrma guarda umidade e os bolinhos acabam azedando rapidamente. Experiência própria... :( 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Sopa de Inhame

por Carol Vannier

Eu me inscrevi pra receber uma cesta orgânica em casa há algumas semanas já. Ela é quinzenal e você não escolhe o que vem. Cada semana vem um conjunto de coisas, com algumas bem constantes, outras que vão variando, de acordo com o que os produtores têm. Tem sido um exercício ótimo de me virar com o que tem, e fazer coisas sem muito planejamento. E foi assim que lembrei que adoro inhame, porque ele tem aparecido frequentemente na cesta, mas antes dela fazia tempo que eu não comia.

Pobre inhame, feinho por fora, com a casca toda cabeluda, feinho por dentro, branco e visguento, e feinho quando cozido, cinza que só ele. Mas é ele, em toda a sua feiúra, que tem me animado a comer mais sopas ultimamente. É que sopa com inhame fica tão boa! Cremosa sem precisar de creme de leite, maisena, ou o que seja. Assim posso deixar os "enfeitinhos" só por cima mesmo.

Sopa não precisa de uma receita tipo de bolo, é bom fazer com o que tem. O que faço com muita frequência é refogar bastante cebola, às vezes alho, jogar pedaços do inhame e mais algum outro legume que eu queira (frequentemente chuchu, porque também vem muito na cesta, e se não for na sopa vai acabar virando um suflê cheio de molho branco e quejo!), cubro com água ou caldo de legumes caseiro, tempero com sal e pimenta, e cozinho até amaciar bem. Bato no liqui / processador / varinha mágica e pronto. E depois vem os enfeites... Frito cubinhos de bacon, se tiver alho poró, refogo ele em um pouco da gordura do bacon e misturo na sopa, um queijinho ralado...

Não é colorida como essas, mas é muito boa! :)



sábado, 9 de agosto de 2014

Spéculoos

por Carol Vannier

Pra quem não é da minha família, e portanto não conhece nem é tarado por ele, Spéculoos ou Spekulatius é um biscoito cheio de especiarias, típico da Holanda e da Bélgica, e também comum na Alemanha como quitute natalino. É tipo o gingerbread (o biscoito/boneco do Shrek), que também é comum no natal nos EUA e Reino Unido. Apesar dessas tradições natalinas serem super fofas, no hemisfério sul, fazer biscoito no natal é meio suicida. Não que a gente não acenda o forno para assar o peru, mas enfim, não vamos inventar mais moda, né? Então aproveito o frio máximo do inverno Niteroiense (18ºC!!!) e faço uma batelada de biscoito.

Batelada mesmo, dividi a receita original na metade e ainda assim fiz mais de 100 biscoitinhos e ainda congelei o final da massa. Sejam mais espertos que eu, e façam isso com ajudantes! As fornadas são rápidas, e é muito útil ter pelo menos duas pessoas, uma abrindo a massa e cortando no formato, e a outra cuidando do forno e de acomodar os biscoitos para esfriar. Esfriar biscoitos é uma etapa importante para garantir a crocância deles. Eu ainda não tenho uma grade de esfriar biscoitos (um dia, quem sabe...) então usei um tabuleiro frio (pegando os gélidos 18ºC na varanda hehehe) como estação de resfriamento. Só que isso me deixou com apenas um tabuleiro pra ir ao forno, o que tornou minha gincana ainda mais animada.

As especiarias são o tempero, então ficam ao gosto do freguês. Eu usei duas colheres de chá de um mix pronto (usei também a receita que vem atrás da latinha do mix) que leva: canela, gengibre, semente de coentro, noz moscada, cravo da índia, cardamomo, pimenta do reino, anis verde e sementes de erva-doce (os dois últimos me parecem idênticos nas fotos que achei na internet). Na falta do mix eu colocaria a olho colherinhas de café mais ou menos cheias das especiarias dessa lista que mais gosto. Aqui tem outra receita do mesmo biscoito com proporções diferentes, e com as especiarias separadas e medidas em gramas pra você ter uma idéia.

Esse é pra mim o acompanhante ideal de uma boa caneca de chá numa tarde friorenta ou num fim de noite guloso. Acho que a porção que eu congelei não vai passar desse inverno.




SPÉCULOOS

Ingredientes:
150g de açúcar cristal
150g de açúcar mascavo
150g de manteiga
1 pitada de sal
Aprox. 2 c. chá de mistura de especiarias
Sugestões: canela, gengibre, semente de coentro, noz moscada, cravo da índia, cardamomo, pimenta do reino, anis verde e sementes de erva-doce
1 ovo
50ml de água
1/2 c. sopa de bicarbonato de sódio
500g de farinha



Preparo:
  • Misture bem os açúcares, a manteiga, o sal as especiairas e o ovo. Eu fui espremendo com a mão porque minha manteiga estava gelada. Acho que poderia ter feito numa batedeira também. Se a manteiga estivesse mais mole e eu não quisesse usar a batedeira, misturaria com colher de pau, bem vigorosamente.
  • Misture os 50ml de água. É estranho, porque parece que tudo talhou, mas segui adiante e deu certo.
  • Acrescente o bicarbonato e a farinha e misture tudo formando uma bola.
  • Deixe a bola descansar na geladeira por pelo menos 30 minutos. Enquanto a massa descansa, pré-aqueça o forno a 200ºC. (Acenda o forno uns bons 15 minutos antes de botar a primeira leva).
  • Abra a massa numa superfície enfarinhada (se quiser usar papel manteiga para forrar, use farinha mesmo assim) com uma espessura uniforme, na medida do possível, e corte com um cortador de biscoitos.
  • Leve ao forno em uma assadeira forrada de papel manteiga pra facilitar, por aprox. 10 minutos. No meu caso só a primeira leva levou 10 minutos, as outras foram de 8. Vigie sempre as primeiras levas, até pegar o tempo certo, e nunca esqueça do timer!
  • Outras dicas: o papel manteiga se presta bem a ser reutilizado de uma leva pra outra. Tenho a impressão que fica até melhor. 
  • Não esqueça de esfriar os biscoitos assim que eles saem do forno para garantir a crocância. O tabuleiro frio na varanda funcionou bem.
  • Não testei ainda o resultado de congelar esse biscoito especificamente, mas já congelei outros, e costuma dar certo. Faça um cilindro com a massa e embale bem em filme de pvc e talvez com mais uma camada de papel manteiga ou alumínio. Dá até pra fazer um embrulho fofo e virar presente. Quando quiser preparar, pode descongelar por algumas (8 ou mais) horas na geladeira e depois fatiar em rodelas e assar. Ou pode também ser esganado e ficar lutando contra uma massa dura feito pedra. Tenho certeza que na hora da gula você vai conseguir! De repente mergulhando a faca em água quente... quem precisa de planejamento?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dicas | Quando bate a saudade de Milkshake de Ovomaltine por aí

Tenho uma incapacidade tremenda, confesso, para tentar recriar pratos ou comidinhas das quais gosto muito, com outros ingredientes. Cá em casa, o cozinheiro diário é ele, o que me deixa livre desse pesadelo que é, para mim, a eterna questão de "O que preparar hoje?", num primeiríssimo lugar em ex aequo com outros sacrifícios chatos que são as listas de compras, deambulações por supermercados e tentar procurar ingredientes que consigam combinar de modo a criar pratos dos quais gostámos, em qualquer parte do mundo. Sim, porque viajar é maravilhoso, mas quando temos um especial gosto pela gastronomia alheia e não encontramos exactamente este ou aquele produto à venda noutro país (tentem encontrar alheira de caça no Brasil ou paneer em Portugal, por exemplo, só para falar em dois que adoro), reproduzir algo pode ser uma aventura. Já conseguimos fazer uma Salada Grega fantástica em Portugal, por exemplo, mas a Dakos nunca fica nem semelhante. 

Outra descoberta à qual se chegou cá em casa (mais uma vez, ele, não eu, há muitos anos atrás), foi a algo muito parecido com o famoso Milkshake de Ovomaltine do famoso Bob's, brasileiro. Já mostrei o dito numa foto do Instagram. É algo realmente delicioso (claro, para quem gosta de Ovomaltine) e, apesar de não ser crocante como o que se bebe por aqui, uma vez que usam o pó com flocos crocantes, que não se vende em Portugal (pelo menos eu nunca o vi), dá para matar saudades. 

A receita é muito simples; basicamente usamos um gelado de baunilha, que normalmente vamos buscar ao Macdonalds, no drive thru, por ser o que fica francamente melhor. E mosturamos com o Ovomaltine normal, o comum, com uma varinha mágica (é o que dá a consistência semelhante ao batido). Como é um dos meus pós favoritos (a par com o da Suchard Express) para misturar no leite, tem presença permanente na minha dispensa, pelo que não se estraga, mesmo que só faça um batido destes de vez em quando. No final, colocamos mais uma colher de pó et voilá, fica um bocadinho crocante (mas não muito, vá.)   

Quase de regresso a Portugal, tenho-me lembrado de alguns destes truques nossos, para matar saudades de coisinhas brasileiras. Pensei que alguém, por aí, com tão pouca criatividade para o improviso culinário quanto eu, pudesse querer experimentar. Boa gulodice! 

sábado, 2 de agosto de 2014

Bolo de Beterraba

por Carol Vannier

Tem um tempo já que eu encasquetei que ia fazer um bolo de beterraba. Daí que semana passada fiz uma tentativa bem mal sucedida. Metade mofou antes de alguém comer :(
Mas não desisti, e essa semana resolvi tentar de novo, adaptando uma receita que eu já conheço bem pra não ser tão arriscado, e tcharan! Ficou ótimo!

A receita-base foi a do bolo de cenoura que eu já postei aqui. Claro que troquei a cenoura crua por beterraba crua, mas além disso coloquei quatro colheres de cacau em pó e duas de extrato de romã. O extrato de romã eu comprei na Casa Pedro, que agora, para nossa alegria, abriu uma filial em Niterói! (Esse post não é patrocinado hahaha) Eu estava procurando um melado de romã (o pomegranate molasses que vejo em muitas receitas gringas), mas não sei se o que eu consegui é propriamente um melado. O cheiro é doce, mas o gosto é super azedo. Se alguém for aos EUA traz um pomegranate molasses pra eu poder comparar, ok? Thanks ;)

Inspirada pelos Red Velvet cakes (mas não a ponto de usar corante num bolo!), eu pretendo cobrir os bolinhos que sobraram com uma cobertura de cream cheese, mas essa semana voltei a dar aula e não deu tempo de providenciar o cream cheese... devia ter comprado pra usar na pastinha de sardinha afinal!

Um vermelhinho sutil :)


BOLO DE BETERRABA
rende 1 tabuleiro de aprox. 40x25 cm ou 18 cupcakes

Ingredientes
Bolo:
2 ou 3 beterrabas (descascadas e picadas de acordo com o tamanho que seu liqui/processador aguentar triturar)
2 xíc. (400g) de açúcar
1 xíc. (200g) de óleo
3 xíc. (360g) de farinha
2 ovos
1 c. sopa de fermento
4 c. sopa de cacau em pó
2 c. sopa de extrato de romã ou melado de romã

Cobertura de Cream Cheese:
300g de cream cheese
150g de açúcar de confeiteiro
125ml de creme de leite fresco 

Preparo:
  • Bata no liquidificador/processador as beterrabas, o óleo, o açúcar e o extrato de romã.
  • Passe para uma tigela e acrescente a farinha os ovos, o fermento e o cacau em pó.
  • Coloque num tabuleiro untado e polvilhado, ou em forminhas de cupcake (não precisa untar) e leve ao forno por 20 min.
  • Cobertura: bata o cream cheese e o açúcar de confeiteiro peneirado na batedeira. Acrescente o creme de leite e bata um pouco mais. Coloque na geladeira se preferir trabalhar com ele mais firme. Usar um saco para confeitar ajuda bastante a ficar bonitinho.

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