O docinho de festa por excelência no Brasil é com certeza o brigadeiro. Não dá pra imaginar aniversário de criança (ou não) sem ao menos uma versão dele. O tradicional, feito com chocolate/cacau em pó é o calcanhar de Aquiles de muitas dietas, já que é fácil encontrar em qualquer despensa aquela latinha de leite moça, um achocolatado perdido, e fazer um brigadeirinho de colher pra aplacar a gula da madrugada. Quem nunca? ;)
Mas para as festinhas o esforço tem que ser maior, pois o ponto não pode ser de comer às colheradas, mas sim o ponto de enrolar, quando o doce fica firme o suficiente para virar bolinhas. Aí então pode-se passar no tradicional granulado de chocolate, ou em suas variações. Eu não ligo pra granulado, porque são normalmente muito açucarados, só com cor de chocolate, mas adoro umas bolinhas crocantes que ficaram populares recentemente.
brigadeiro preto em meio a brigadeiros de uva |
Mas nem só de brigadeiro se fazem as festinhas. Tirando o chocolate, criam-se diversas variações, todas baseadas em leite condensado: o beijinho (com coco ralado, enrolado em coco ralado), o olho de sogra (com coco e gema, enrolado em açúcar cristal e envolto em uma ameixa seca), cajuzinho (com amendoim moído, enrolado em açúcar cristal, em formato de caju e com um amendoim inteiro espetado) e o brigadeiro de uva (brigadeiro branco recheado com uma uva verde, de preferência sem caroço, enrolado em açúcar cristal). Esse último não é tão frequente quanto os outros, a não ser lá em casa, onde já virou uma tradição :)
Acredito que as doceiras profissionais não gostem de trabalhar com ele porque as uvas tornam o doce bem mais perecível, e chato de enrolar também. É preciso escolher uvas mais pra pequeninas, se não o doce vira um jumbo, e às vezes a uva teima em escorregar pra fora. Mas você vai ver que o esforço compensa quando sentir a explosão da uva azedinha no meio do brigadeiro bem doce...
Mas o tema desse mês é casamento, e por aqui anda difícil de ver casamento com doces assim tão simples e caseiros. Antigamente era mais comum, fazia-se esses doces e enfeitava-se um pouco mais, com um glacê, nozes, etc, mas no recheio eram essencialmente assim. Agora já é mais comum ver verdadeiros bombons, com recheios mais elaborados, e formatos trabalhados graças a moldes para chocolate. Como essa colunista não é das mais talentosas para enfeites, nem adianta eu tentar reproduzir aqui essas belezinhas que se vê por aí. Mas nem por isso abro mão de fazer um docinho mais caprichado de vez em quando, ainda mais que adoro chocolate. Então trago uma receita que até uma lambona como eu pode fazer, e que os(as) mais talentosos(as) podem elevar a um nível de apresentação digno de um casamento. Em resumo, é um beijinho de coco recheado com uma amêndoa salgada, e envolto em chocolate meio-amargo. Uma combinação de sabores que eu adorei!
BOMBOM DE COCO E AMÊNDOA
adaptado daqui
rende aprox. 30 bombons
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
2 a 3 latas (usar a lata vazia como medida) de coco ralado (Dá pra usar o fresco, mas demora mais a dar ponto por causa da umidade extra)
1/2 xícara (aprox.) de amêndoas salgadas
180g (aprox.) de chocolate meio amargo
Preparo:
- Misture o leite condensado com o coco numa panela de fundo grosso e leve ao fogo, mexendo bem, até dar um ponto bom pra enrolar. (O doce vai desgrudando um pouco da panela, e dá pra ver o fundo quando você arrasta a colher). Reserve.
- Quando o doce estiver frio, enrole bolinhas na mão (eu faço isso com a mão amanteigada pra não agarrar) e espete uma amêndoa no centro de cada bolinha.
- Quando todas as bolinhas estiverem prontas, derreta o chocolate em banho maria ou no microondas. Passe cada bolinha pelo chocolate derretido e coloque numa superfície lisa (eu gosto de usar uma tábua de vidro) para endurecer. Em lugares ou estações quentes, é bom colocar na geladeira.
- Arrume em forminhas de brigadeiro, ou embrulhe em papel de estanho decorado. Novamente, se o clima for quente, mantenha os bombons na geladeira.
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